Ilustração: Mafalda e Gonçalo
Aqui fica mais uma história de Era uma vez... a qual, os nossos amiguinhos Estrelinhas ouviram com muita atenção e depois ilustraram.
Era uma vez no país dos "Rs". Um país habitado por ratos...até então. É que no princípio, só havia ratinhos, ratitas, ratos, ratas, ratazanas e ratões, mas num dia muito escuro e frio, chegou àquele país um barco muito estranho. O barco era um rádio já antigo e lá em cima estava uma rola a puxar por remo. Atrás, vinha um roaz que, com a sua cauda, empurrava o barco para a areia.
- Uff! Estou tão cansada e farta de remar!Mas o que é isto? Ai que horror,que nojo, onde estão as rolas iguais a mim? -disse a rola.
O Rui, que era um roto e o presidente daquele país, dirigiu-se àquele barco tão esquisito e preguntou à rola:
- Quem és tu? Como te chamas? E vens em paz? Não és um rato como nós!
- Claro que não, sou uma rola. Uma ave, tenho asas, bico e duas patas, gosto de voar, mas tenho asa partida e vim de barco, pois lá no país onde vivo abriu a época da caça e anda tudo aos tiros a ver se acertam nas aves. Eu, como já estou um pouco farta daquilo, saí de lá e trouxe o meu amigo roaz comigo. Mas este país é muito estranho! E cheira tanto a queijo! Ah, esqueci-me de te dizer o meu nome:sou a Rita. A rata Rute que era a mais manhosa, a mais desconfiada de toudas as ratas, não gostou muito da ideia:
-Ai que disparte, num país de ratos, agora aparece uma rola e um roaz. Eles são tão diferentes de nós, não têm pêlos, um tem pele lisa, outro tem penas! E a rola pode fazer maldades e fugir!Já pensaram, ela consegue voar.E até o roaz que com o se peso e tamanho pode destruir o nosso abençoado queijo, e ficar sem nada. Depois nada para longe e não podemos apanhar, pois não sabemos nadar.
O Rui riu-se, mandou calar a Rute e disse-lhe:
-Umm, já vi que vens do mundo dos humanos, das pessoas. Fizeste bem em sair de lá. Eu já lá vivi, mas no país onde estava, havia tantos gatos e ratoeiras que tive de fugir e vim a nado. Cheguei cá pelo cheiro do queijo. É que o nosso país é feito de queijo, as estradas são de queijo, a areia é queijo em pó, até as montanhas são queijo ralado. Bem, o nosso país já foi muito maior, só que com a fome têmo-lo comido aos poucos.
Entretanto o roaz sai um pouco da água e apresenta-se:
- Eu sou um roaz corvineiro, sou o Renato e também vim em paz.
Antes vivia em Portugal, numa bela cidade chamada Setúbal, mas os habitantes de lá começaram a poluir o rio e tive de me vir embora. Tinha a pele toda pegajosa e escura do óleo dos barcos. Fartava-me de rodar mas não conseguia limpar a sujidade da minha pele. Desisti e vim com a minha amiga rola Rita. Parece que aqui estamos mais seguros. Não vejo poluição, nem nenhuma confusão.
E como a rola Rita e o roaz Renato vinham em paz, ficaram naquela país. O Renato passou a ser o barqueiro dos ratos, levava os barcos de uma margem para a outra, era também o capitão dos barcos e os passeiros eram os ratos.Já a rola Rita , depois de sarar asa que estava partida, passou aser a aviadoura de serviço e levava os ratos nas suas asas, de uma montenha para a outra.
E assim era uma vez...
História passada a computador por : Victória (Estrelinha)